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MPF repudia atitude de Abilio Brunini em conferência e classifica ação como ataque à liberdade de expressão

MPF repudia atitude de Abilio Brunini em conferência e classifica ação como ataque à liberdade de expressão

Cuiabá – O Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF/MT) e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) divulgaram, neste sábado (3), uma nota pública de repúdio à conduta do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), durante a 15ª Conferência Municipal de Saúde, realizada no último dia 30 de julho.

O órgão criticou duramente a interrupção da fala da professora Maria Inês da Silva Barbosa, doutora em Saúde Pública e docente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que foi retirada do palco após iniciar sua apresentação com a saudação “boa tarde a todes”.

Segundo o MPF, a atitude do prefeito viola os princípios democráticos, o acesso igualitário à saúde previsto no artigo 196 da Constituição Federal, e configura um ataque à liberdade de expressão, à diversidade e à inclusão. A nota destaca ainda que a professora — mulher negra, pesquisadora e ativista — foi silenciada num espaço coletivo de formulação de políticas públicas, o que agrava o impacto simbólico da ação.

Repercussão nacional

O episódio gerou ampla repercussão nacional, com entidades acadêmicas, coletivos de mulheres negras, universidades e organizações da área da saúde manifestando apoio à professora. A Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), a Abrasme (Associação Brasileira de Saúde Mental) e a Rede Odara divulgaram notas públicas classificando a conduta do prefeito como misógina, racista e antidemocrática.

Em resposta, a professora Maria Inês classificou a postura de Abilio como “fascista” e defendeu o caráter inclusivo e político de sua fala.

Prefeito rebate críticas

Na manhã deste sábado (3), o prefeito reagiu por meio das redes sociais, alegando compreender o “posicionamento político” do MPF, mas reiterando que “TODES não existe”. Ele sustentou que a linguagem neutra não é reconhecida oficialmente pela norma culta da língua portuguesa e que seria, inclusive, excludente para pessoas com deficiência, como surdos e disléxicos.

“Não é razoável que uma entidade séria como o Ministério Público Federal, com brilhantes promotores, defendam sem plausível justificativa a distorção da língua portuguesa, a militância política na discussão da saúde pública e a exclusão das pessoas com dislexia na universalidade do acesso à saúde”, escreveu o prefeito.

Por fim, Abilio ironizou as críticas recebidas, afirmando: “Significa que estamos no caminho certo. Continuem fazendo”.

O prefeito também anunciou a proibição do uso da linguagem neutra em todos os eventos e comunicações oficiais da Prefeitura de Cuiabá.

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