Bônus de outubro valoriza professores de Cuiabá, mas questionamentos permanecem

Cuiabá (MT) – Professores e técnicos da Secretaria Municipal de Educação (SME) receberão o salário de outubro com um bônus especial: R$ 200 para os docentes e R$ 100 para os técnicos, pagos no dia 30 deste mês, em celebração ao Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro. A Prefeitura estima que o impacto financeiro será de cerca de R$ 1 milhão.

A medida foi oficializada pela Lei Complementar nº 578/2025, sancionada pelo prefeito Abilio Brunini e publicada na Gazeta Municipal no último dia 16. Segundo o prefeito, o bônus é “um gesto de valorização aos profissionais da educação que diariamente se dedicam às crianças de Cuiabá”.

Apesar do reconhecimento, especialistas e alguns servidores questionam a efetividade da gratificação. “R$ 200 não cobre nem metade da inflação acumulada do ano. É simbólico, mas não resolve a necessidade real de valorização salarial da categoria”, afirma uma professora da rede municipal, que pediu para não ser identificada.

Atualmente, a rede municipal conta com 10.241 servidores, sendo 3.277 professores, 3.434 técnicos e 3.530 profissionais de apoio. Considerando o número de profissionais, o bônus gera impacto limitado na renda de cada servidor e não altera significativamente a folha de pagamento, que segue sobrecarregada.

Comparado a outras capitais do país, Cuiabá segue atrás em políticas permanentes de valorização. Enquanto o bônus é pontual, categorias em outras cidades recebem planos de carreira mais estruturados e aumentos salariais regulares, o que contribui para a retenção de professores e melhora na qualidade da educação.

O secretário de Educação, Amauri Monge Fernandes, ressalta que a medida visa reconhecer o esforço diário dos profissionais: “O mês de outubro é e sempre será especial para os professores na atual gestão”, afirmou. No entanto, para muitos servidores, o gesto é visto como positivo, mas insuficiente diante das demandas e desafios da profissão.

A discussão sobre valorização profissional na educação segue em aberto, evidenciando que ações pontuais não substituem políticas estruturais que garantam salários justos, formação contínua e melhores condições de trabalho.

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