Irmão de “Dandão” morre em confronto durante operação Tolerância Zero em Cuiabá

CUIABÁ – A manhã desta quinta-feira (21) foi marcada por uma grande operação policial que terminou com a morte de João Bosco de Queiroz Amorim, de 47 anos, irmão do traficante conhecido como Sebastião Lauze Queiroz, o “Dandão”, apontado como uma das lideranças de facção criminosa em Mato Grosso.

A ação, batizada de Operação Ludus Sordidus, faz parte do programa Tolerância Zero, da Polícia Civil, em parceria com a Renorcrim (Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas). O objetivo é desarticular uma estrutura criminosa sofisticada, que utilizava fachada de projetos sociais, liderança comunitária e até um time de futebol amador para encobrir crimes como tráfico de drogas, estelionato digital, jogos de azar e lavagem de dinheiro.

Durante o cumprimento de 38 ordens judiciais, sendo 10 prisões preventivas, 8 mandados de busca e apreensão e bloqueios de bens que ultrapassam R$ 13,3 milhões, as equipes chegaram até João Bosco, no bairro Osmar Cabral, em Cuiabá. De acordo com a Polícia Civil, ele teria reagido à abordagem, sendo baleado com dois tiros no peito. O suspeito foi socorrido pelo Samu e levado ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), mas não resistiu aos ferimentos.

A operação contou com o apoio da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado), Draco, CORE, Gerência Estadual de Polinter e Capturas (Gepol), além da Polícia Civil de São Paulo, que também cumpriu mandados em cidades paulistas.

As investigações começaram em dezembro de 2023, quando membros da facção interromperam à força uma reunião comunitária no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. A partir daí, foi possível mapear a atuação do grupo, que cresceu e passou a controlar atividades ilícitas de alto valor financeiro.

Além de João Bosco, outros nomes surgem como alvos da operação, entre eles o influenciador digital Dainey Aparecido da Costa, o “Deniz Bet”, que ostentava luxo nas redes sociais e já havia sido preso por tráfico, e Renan Curvo da Costa, até então gerente de uma policlínica em Várzea Grande, acusado de utilizar apostas ilegais para financiar o crime organizado. Após a operação, ele foi exonerado do cargo.

Segundo a Polícia Civil, a ofensiva faz parte da estratégia de enfraquecimento das facções criminosas em Mato Grosso, garantindo mais segurança à população por meio de investigações financeiras e prisões de integrantes.

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