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General cuiabano é uma das testemunhas mais aguardadas em ação penal contra Bolsonaro

General cuiabano é uma das testemunhas mais aguardadas em ação penal contra Bolsonaro

image-21 General cuiabano é uma das testemunhas mais aguardadas em ação penal contra Bolsonaro

Júlio Cesar Arruda comandou o Exército por menos de um mês e teria recusado proposta de golpe às vésperas da posse de Lula

O general cuiabano Júlio Cesar de Arruda, que chefiou o Exército Brasileiro por menos de 30 dias em 2023, será uma das 81 testemunhas arroladas na ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O depoimento está previsto para a próxima quinta-feira (22), durante a fase de oitiva das testemunhas de defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no processo.

Nos bastidores, o depoimento de Arruda é considerado um dos mais aguardados pela acusação e pela defesa. Isso porque suas declarações podem confirmar pontos sensíveis da delação de Cid, especialmente em relação a uma proposta de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria sido apresentada poucos dias antes da troca de comando no Exército.

De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o general teria recusado veementemente a ideia de golpe, proposta pelo também general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro. O episódio teria ocorrido em 28 de dezembro de 2022, dois dias antes da posse de Júlio Cesar no comando do Exército.

Segundo a reportagem, Fernandes teria pressionado o futuro comandante: “O senhor vai assumir o comando depois de amanhã. O senhor tem de fazer alguma coisa!”. A resposta de Arruda teria sido imediata e firme: ele expulsou Fernandes e dois coronéis presentes da sala e determinou que não voltassem enquanto ele estivesse no cargo.

Apesar de procurado, Júlio Cesar não comentou nem negou os fatos à época. A expectativa agora é que ele esclareça os acontecimentos oficialmente à Justiça, contribuindo para a apuração dos fatos envolvendo a cúpula militar e política do governo anterior.

Júlio Cesar Arruda foi exonerado do comando do Exército em 21 de janeiro de 2023, após atrito com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, ao se recusar a retirar a nomeação de Mauro Cid para chefiar o 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de elite do Exército em Goiânia.

A presença de um general cuiabano no centro de um dos episódios mais sensíveis da história recente do país coloca Mato Grosso em destaque na crise institucional que abalou Brasília no início de 2023.

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